20.12.14

Ai, meu coração do ar,
que doa,
que doa,
de doar!



[pequena prece]

____

Um ciclo se flecha,
outro se arma.
O alvo é incerto.


[dezembro, sol em sagitário]

4.12.14

vem!
que te dou beijú
e te faço um beijo!


[culinária puro amor]

1.12.14

pequena sagração

Ontem bebi um copo
de lua cheia
d'água

29.11.14

minha rainha de paus
minha nossa senhora da coragem
do coração de água
do coração de fogo
da força
minha nossa
senhora doce

me dê um coração
todo cheio de coração
todo cheio de coração
todo cheio
de cor age
cor ação

13.11.14

anulação do ego

daniela   daniela   daniela   daniela   daniela  


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daniela   daniela   daniela   daniela   daniela 

danieladanie la dani eladanielada nieladani

eladanieladan ieladan ieladanie ladanielada

daniela   daniela   daniela   daniela   daniela

12.11.14


SOU FORTE FEITO
T A R T A R U G  A

5.11.14

minha vontade de ser livre,
mas posso criar íntimas raízes,
me agarrar num abraço
e ficar lá uns três dias,
uma temporada,
perder as horas,
dividir o lençol,
plantar um pé de acerola,
compartilhar a vontade
de voar
e voar junto...


28dejulho2014
tenho tido sonhos aquáticos
mergulhos profundos
emoções são líquidas
na superfície, morro afogada

1dejulho2014

D

desejo é construção - sentimentos podem ser políticos
d de desconstrução d de delírio
desejar é fechar os olhos e ser guiado,
- abrir o peito.
desejar inteiro
... a vida, estranha novidade...
(meu pensamento d de doido, opiado, de deleuze)

26deJunho2014

[Amor, mistério, liberdade]


Acreditei, um dia, que amar era dizer tudo, expor
tudo, estar permanentemente nu; como se isso fosse assim
fácil e possível. Até que nessa ânsia de nenhum mistério, o
amor esvaziou-se de mim, tornou-se uma palavra jogada a
todo canto como bandeira da qual se desinvestisse todos
seus laços só ficando pano, este pano, estas cores, esse
emblema sem qualquer idéia de pátria como lugar. Sim, como
lugar, um lugar sagrado, com L maiúsculo, que só se aprende
verdadeiramente quando se está dele exilado e impedida a
volta.
Nessa voragem de amor feito palavra sem mistério,
fiquei exilado dentro dele, o que é pior, pois desse exílio
não se se dá conta, ele envolve as idéias, os gestos, todo
o corpo, e o eu amo é qualquer coisa de todo alienada.
Esqueci,oh Deus, que o amor tem algo de aproximação
com a morte, e dizer amo-te, esse amo-te é todo contido
n’amor-te.
Esqueci, que isso eu sabia, de toda aflição, de todo
corte, de todo desejo sustentado na possibilidade de ter (e
perder), e esse ter, o que jamais se satisfaz, o que
sustenta todo amor e todo gesto.
Isso tudo, todo confuso, traz a morte para o real,
para essa indiferença cotidiana que no entanto se enfurece
se as grades cedem, e o pássaro, insistente e sem jeito
antevê sua velha árvore, sonha revoar e parte nesse sonho
reeditando a juventude. O amor, no entanto, quem o inventou
aliado a toda liberdade? Que engodo, que engano, que
equívoco o dessas palavras juntas, amor e liberdade, que
mentira, Deus dizer amor livre. O amor, quando o encontro –
se o encontro –, já de saída, me põe bêbado. É aí por onde
caio, e onde sei que já não escolho caminho, sou antes
escolhido por eles, assim como estes gestos, este tempo,
estes anseios. É ele, que por todo lado, me tem preso.

Valter A. Rodrigues

22.6.14

Mário Meu Quintana

"Que sobra então para a poesia? - perguntarás. E eu te respondo que sobras tu. Achas pouco? Não me refiro à tua pessoa, refiro-me ao teu eu, que transcende os teus limites pessoais, mergulhando no humano. O Profeta diz a todos: "eu vos trago a verdade", enquanto o poeta, mais humildemente, se limita a dizer a cada um: "eu te trago a minha verdade." E o poeta, quanto mais individual, mais universal, pois cada homem, qualquer que seja o condicionamento do meio e e da época, só vem a compreender e amar o que é essencialmente humano. Embora, eu que o diga, seja tão difícil ser assim autêntico."

(Carta para poeta)

elogio (para marina abramovic)

ela é foda.
ela é foda demais.
e ela é foda porque é gente.
gente é foda.




dizer não é dizer sim para o não
dizer sim é dizer não para o não
dizer talvez
talvez seja
não dizer
ou não

polítykaos


eskurx pretx



extupro dynheyro

komyda medo




transporte navyo negreyro



públyco meu ku prymeyro


12deMaio2014

#jogo da memória histórica


copa futebol verde e amarelo salvador bahia gringo no canto os pretos vendedor catador de latinha no meio os patriotas misturado tudo sem cor verde e amarelo bomba de bola na rede bomba de gol contra bomba de gente gritando por seu país que virou uma bola na rede que virou um gol contra que virou grama chuteira juiz bandeira apito placar hino bomba todo mundo vira pátria bola gol rede chute falta cartão vermelho chute trave

todo esse barulho
#acopaestacontecendo e acho esquisito um monte de coisa.

16dejunho2014
tão bom olhar para as coisas íntimas e sabê-las desgastadas;
é tão bonito olhar a inutilidade ou a utilidade imaterial 
das coisas desgastadas: 
a vida vivida contida nelas, 
as oportunidades em que puderam ser úteis, 
o jeito desbotado 
e carinhoso como acordam as lembranças. 
Mas o bom mesmo das coisas desgastadas é 
a capacidade de nos fazer ter olhos respirados para as novidades, 
e saber que essas são frutos bem colhidos daquelas
coisas desgastadas...


Vitória da Conquista, 18 de junho de 2014

18.6.14

6.3.14

livre ins.piração

a água transbordando
e a gente transbordando
junto(s).

verões glaciais


[pequenas catarses]

corpo encontro via
corpo em crucis
corpo sopro de vida
vida de viver nos mortos
clarice morta e tão viva

minha mãe morta e eu
aprendendo a viver
bem-querer
beijar flor
bem te ver
bem viver o mundo

vida-morte-vida
a gente
nasce
morre
renasce
macro-e-microeternamente.

vírgulas sem vontade

(mas fiquem à vontade para por as vírgulas)...


procurando a gente encontra coisa que nem tava procurando
procurando tava nem que coisa encontra gente a procurando
procurando tava que nem coisa encontra a gente procurando
procurando coisa a que encontra gente nem tava procurando


5.3.14

"guardar uma coisa não é esconde-la ou tranca-la"


é como recarregar-se de você, isso fica, fica em mim, você fica, e eu fico, em você, é como misturar as tintas, um dia vamos nos abraçar por tanto tempo, que vamos entrar um no outro, que vamos ser como uma árvore, meio euvira, meio gabriela, meio poeta gripado, e um penacho saindo na ponta, aí alguém vai riscar nela, a árvore, quero ser triste, e a gente vai se rir de lá de dentro, aí algum dia vão arrancar a árvore, e fazer dela palcodeatriz e violoncelo, e a gente vai se esvair pelas folhinhas, mentira, numa folhinha só é melhor, numa folhinha só, escorregando no vento, e pousaremos amplos, bestas, vadios, como coisa, no quintal de Manuel de Barros...
liamo




from Massumi
for me.

novembro, 2013
Essa alegria de ter um corpo, eu não tenho, não. Paixão é que despudora a gente, assim é que é ser alegre com o corpo: com paixão. Porque só se é feliz dando. Dar(-se) de qualquer coisa.
Eu beijei o melhor poema.

[Escrito-diário de 2010, achado perdido entre outros mil papéis. Eu, aos 17ou16, corpomentepassional e auto-desconhecido, um perigo perigoso, e gostoso.]


o terceiro olho
o olho do coração
o coração nos olhos
um novo orgão: o coraçãolho


artista desconhecido

27.2.14


















carnaval:

sobreposição de máscaras.

[das confissões astro(sem)lógicas - vênus em áries]

meu flerte é uma flecha.


23.2.14

[superfície]

pele pelo

pele pelos pelos

pele sobre pele

pelo roçando pelo
que hoje eu me encontro num silencioso jeito...

http://www.youtube.com/watch?v=9NEd3zUzEyU

20.2.14

[das ciclistas iluminações]

o fim dos tempos e a nova era coexistem: duelo saudável
não acaba um e começa outro
o velho molda o novo
e o novo desconstrói o velho
a vida mata a morte
e já renasce morrendo
- big bang, explosão.



as pessoas falam do fim...
e o fim é infinito
o início é infinito

galileu já descobriu: o mundo é círculo

começar é sempre
terminar é sempre
- repetição divina.



fevereiro, 2014

verão


[bagunça burocrática]

carnê   do   óbito vovó

IPTU

17.2.14

menino-amor.
ciência-exata.
vontade de continuar vivendo.
alegria saudável.
gratidão infinita.
olhos nas mãos e
tato no olhar.
limpeza
e maciez de fruta.
enorme
coluna vertebral
que é base

para toda estrutura humana.
um dia veremos
um dia aprenderemos.



há sempre coisas novas.

ass. frida kahlo






10.2.14

autolar

9.2.14

7.2.14

[autoanálise atualizada]

um pouco mais moça
uma qualidade mais antiga 
de moça

menos fruta
mais lua

menos fada
mais bruxa

menos dona
mais rainha

de si.

a vida há
de me fazer 
nascer
uma mulher mais moça
uma moça mais senhora
uma senhora mas
menina.
todo-dia.


viernes, primavera, 2013.

6.2.14

AVISO

tome termo!
vista terno!

[das confissões astro(sem)lógicas - vênus em áries]

porque não sou feliz enquanto espero, sou feliz arriscando, perdida no meio do escuro, tateando para encontrar a luz.
descobri: eu gosto mesmo é de um abismo.
no abismo a gente voa.


27.11.13

FEICIBUQUI

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daniela lisboa

4.2.14

resistência

eu afirmo
o que você
nêga.
a verdade é que tenho um medo de amar devassador. confesso porque acredito que toda confissão é uma espécie de espelho, porque ao se ver num espelho acontece o reconhecimento, a percepção, mesmo que lenta, de si mesmo. o externo que desperta o interior. a confissão não crucifixa, antes liberta. é meio caminho andado à resolução: a coisa/sentimento torna-se mais conhecido, já é possível buscar suas raízes, sua profundeza, a origem, pistas para encontrar a iluminação, o desatar! então eu confesso: tenho medo de amar. agora confesso que não sei o que fazer dessa confissão. a verdade é que sou econômica nos meus atos e exagerada na imaginação. e ser exagerada na imaginação desacerta meus atos, não tenho equilíbrio. faço tudo errado. parece errado. ou apressado. ou tardio. nunca no tempo certo, descompassada. tenho vontade de dizer isso pro ser amado: tenho medo de te amar. não tenho medo de amar os amigos, os bichos. mas tenho medo de te amar. tenho medo de ser rejeitada, embora eu não creia que há rejeição nas relações, há vida que segue, roda da fortuna, amor que acaba ou nem começa. tenho medo de ser ridícula, de ser poeta, piegas, ser o que eu sou. que horror, quando estou apaixonada tenho medo de ser quem eu sou. isso é grave. é péssimo, gente. e eu gosto de mim, tenho gostado cada dia mais. talvez eu precise de tempo e ficar só e ver se gosto da minha companhia estranha, avoada e boba que acha bonito uma rachadura na parede. dói tanto confessar tenho medo de amar. com toda certeza isso não é escolha, eu não escolhi temer o amor e seus infortúnios. deve ser um processo histórico, deus queira, mais antigo que eu, nasceu da época em que as mulheres talvez nem tinham a oportunidade de conhecer o amor, pois não tinham o poder de escolher seus amados amantes. não tinham a oportunidade de desacertar e consertar e tentar de novo e descasar e piriguetar até encontrar dentro de si os calos de amar e desamar sem medo.
educação sentimental envolve tentativas, risco! preciso enfiar isso na minha cabeça de uma vez por todas: no desconhecido é que mora a graça. não tema o desconhecido, daniela, não tema. porque amor, gente, sentimento, emoção, climatempo, os fins e os começos, a vida, tudo isso é novidade. não queira saber de nada, não queira adivinhar o outro, só queira...



primavera/dezembro, 2013

3.2.14

2 do 2

amor e força, Yemanjá;
paixões alegres, Senhora-Mãe-Rainha da Imensidão;
me faça infinita e inesperada como é sua casa:
de superfície revolta e profundeza calma.
me faça mar, que faço amor.

agradeço o encontro com a correnteza, mas
cuide das minhas águas
serenai meus medos
revire minhas certezas
dai-me à luz.

Odó Iyà





15.1.14

[teu convite]

úmida, ataco-te
voraz, devora-me
mansa, amo-te

chupa, curva-se

penetre que eu balanço

 entre, aprofunda-me

mordida, abocanho-te


aceito e faço
amor contigo
sem olhar

para trás.




inverno, 2013
mês regido pelo arcano xv.

Diário de bardo - Vale do Capão - Chapada Diamantina - Bahia,



então gente, eu tava lá no capão, fui parar lá com uma alma de trapezista, sem rede de proteção, sozinha. mas a verdade é que "o solitário não quer solidão", encontrei uma uma penca de seres lindos e fui feliz.
no capão a gente se olha pouco no espelho, a gente se vê de dentro, tudo é bonito por dentro e cai pra fora, sem muita vaidade, com muita cor; os planos são poucos porque o fluxo é maior; o tempo... o tempo? qual tempo? uma vez perguntei que horas eram e um homem pediu pra eu olhar no relógio, quando olhei, o relógio só tinha o ponteiro vermelho, o que conta os segundos, era o relógio do aqui e agora, ele me disse.
eu nunca estou atrasada no capão. o tempo se acerta comigo, com meu passo, com minha lerdeza. o tempo lá não é rabugento, eterno: é terno!
o amor não é pouco, não é cálculo, não é selecionado; as camas são largas, os corações são vastos; no corpo não há medo, nem mistério; há mistério na noite, mágica no céu, luzes de vaga-lumes e estrelas.
tudo, e todos, está aberto. des.coberto. des.cobrindo. amanhecendo todo dia.
a rua é palco. a comida é farta. o riso é frouxo. a pizza é saudável. a água da torneira é potável. dinheiro é papel. o rio é o melhor chuveiro. viver é simples e a gente é livre.
daqui uns dias eu volto a ficar infectada de valores tolos, vaidades, pre-ocupações, pressa, eu sei disso, mas é bom saber, lembrar, experimentar o cultivo das asas, da graça, leveza, da abundância que não é desperdício. a fé a fé paixão e fé faca amolada. caminhada.

à rainha de paus que rege os inícios, os caminhos, a coragem, os amores, o (im)pulso, o fogo, o ano novo.
gratidão a tudo e a todos que cruzaram o meu caminho até aqui, hoje, agora. sou feita desses encontros. há um pouco de muita gente no que eu sou.

p.s.: acredito em telepatia, oração, macumba, energia, pensamento. todo meu agradecimento chegará com muito amor em vossos corações, aos amigos e aos inimigos (que nem sei quem são).



Vitória da Conquista, Janeiro de 2013.