20.6.13

ato-retrato



porque sou sim um par de seios,
 meus peitos
e olhos,
e um abismo, um mundo.

e também os dedos, o cabelo,
eu sou meu corpo
torto e inteiro.

não sou além,
sim aqui,
e não sou só isso

e sou só.

8.6.13

Hilda.

Enfim, o existir não me confunde nada. O que me confunde é a vontade súbita de me dizer, de me confessar, às vezes eu penso que alguém está dentro de mim, não alguém totalmente desconhecido, mas alguém que se parece a mim mesmo, que tem delicadas excrescências, uns pontos rosados, outros mais escuros, um rosado vermelho indefinido, e quando chego bem perto dos pequenos círculos, quando tento fixá-los, vejo que eles têm vida própria, que não são imóveis como os poros de Mirtza, que eles se contraem, se expandem, que eles estão à espera... de quê? De meus atos.