6.3.14

livre ins.piração

a água transbordando
e a gente transbordando
junto(s).

verões glaciais


[pequenas catarses]

corpo encontro via
corpo em crucis
corpo sopro de vida
vida de viver nos mortos
clarice morta e tão viva

minha mãe morta e eu
aprendendo a viver
bem-querer
beijar flor
bem te ver
bem viver o mundo

vida-morte-vida
a gente
nasce
morre
renasce
macro-e-microeternamente.

vírgulas sem vontade

(mas fiquem à vontade para por as vírgulas)...


procurando a gente encontra coisa que nem tava procurando
procurando tava nem que coisa encontra gente a procurando
procurando tava que nem coisa encontra a gente procurando
procurando coisa a que encontra gente nem tava procurando


5.3.14

"guardar uma coisa não é esconde-la ou tranca-la"


é como recarregar-se de você, isso fica, fica em mim, você fica, e eu fico, em você, é como misturar as tintas, um dia vamos nos abraçar por tanto tempo, que vamos entrar um no outro, que vamos ser como uma árvore, meio euvira, meio gabriela, meio poeta gripado, e um penacho saindo na ponta, aí alguém vai riscar nela, a árvore, quero ser triste, e a gente vai se rir de lá de dentro, aí algum dia vão arrancar a árvore, e fazer dela palcodeatriz e violoncelo, e a gente vai se esvair pelas folhinhas, mentira, numa folhinha só é melhor, numa folhinha só, escorregando no vento, e pousaremos amplos, bestas, vadios, como coisa, no quintal de Manuel de Barros...
liamo




from Massumi
for me.

novembro, 2013
Essa alegria de ter um corpo, eu não tenho, não. Paixão é que despudora a gente, assim é que é ser alegre com o corpo: com paixão. Porque só se é feliz dando. Dar(-se) de qualquer coisa.
Eu beijei o melhor poema.

[Escrito-diário de 2010, achado perdido entre outros mil papéis. Eu, aos 17ou16, corpomentepassional e auto-desconhecido, um perigo perigoso, e gostoso.]


o terceiro olho
o olho do coração
o coração nos olhos
um novo orgão: o coraçãolho


artista desconhecido