14.12.10

E gravemente aguda.

Hoje fui à farmácia comprar um alnagésico para a dor (vai que esse tipo de crença funcione, meu bom Deus?!). Dor de quem está triste. Tristeza. Corpo sem cor, alma sem calma, preguiça de quem não dorme. Vai ver também por isso se toma remédio para depressão: coisa remediada, farmacêutica, olhos-luneta; tristeza de quem nasceu pra conceber só felicidade, todas, de todos os tamanhos, e a vida como é sem jeito: tasca-lhes a tragédia, todas, várias, de todos os tamanhos (ouvi dizer que a vida é uma tragédia cativante). A vida não é louca, não completamente. (Aliás, nada na Vida é completamente. Nem os loucos são - caos somado com os DiasdePaz). Porque loucos são tipos com grau elevado de verdadeira decência, além dessa terra e ainda aqui, em vários tempos. Os olhos-lunetas e um amor que não dá certo, tudo muito claro. Mais escuro não. Tenho que a escuridão é a mesma para todos. A escuridão é sem cor, e ausência é coisa concreta. A escuridão tem profundidade, e abstrato é o tamanho de cada abismo. O abismo é intrínseco. Sim, poeta, abismo que cavaste com teus pés, a mesma claridade do céu. E tristeza, aquela de quem começei falando...v... a... i... medeixandomuda... sussurra: é segredo falar de mim, de nós... dói...


Minha tristeza é tola,
quanto mais dói, mais é tola...
Sou timidamente triste.
Porque a alegria,
ah, essa voa!
E só de brincadeira e bicicleta,
eu sei voar...


8.12.10

Receita de engrenagem

Ah, e se o mundo... fosse todo feito de coragem?
Extintos seriam os bobos,
inexistentes os infelizes
e nus e múltiplos e eternos,
ai! seriam os apaixonados.
Eu teria um amor pra cada noite de chuva
e um leve coração-balão-gigante
pra sustentar a solidão dos dias enxutos.

ai, quem me dera...

8.11.10

Uma saudade, um querer, assim, de dias bonitos.

31.10.10

Preparativos para a viagem

Uns vão de guarda-chuva e galochas,
outros arrastam um baú de guardados...
Inúteis precauções!
Mas,
se levares apenas a visões deste lado,
nada te será confiscado:
todo o mundo respeita os sonhos de um ceguinho
-a sua única felicidade!
E os próprios Anjos, esses que fitam a face do Senhor...
os próprios Anjos te invejarão.

m. quintana

.

De Édipo virei Narciso,
De Baco continuei Dionísio;
Minha pele, meus medos,
cada fio de cabelo:
Do eu estar aqui,
existindo,
a exercitar ser seres.

... Eu estou atriz,
mas sou pessoa(s).
De estar sendo voltei a ser
e estou indo...



2.10.10

Poesia que dá

A poesia espera?
Porque sou poeta e
eu não sei esperar.

A poesia é do poeta?
Ou o poeta é a poesia?
A poesia duvida?
Se a poesia não duvida,
ainda assim sou poeta?

ainda assim... espero.



14.8.10

(injeção de ânimo)

Alô, liberdade
levante, lava o rosto
Fica em pé
Como é, liberdade ...
Vou ter que requentar
O teu café

10.8.10

.

Seria bom
se quando
a gente tivesse
amargo
e comesse
um doce,
ficasse doce ...


Transitar:


estar em transe?
por ordem?
ou é mesmo andar?

.

Em que mundo eu passeio?

Talvez por ser mulher:

mas hoje
me peguei
de mãos ocupadas
a cheirar,
aos suspiros,
tua camisa esquecida
comigo.

(talvez por ser mulher?)

Eu fico bem na sua sala

eu:
-É tão bom não querer nada às vezes...
rayza:
-Nada, não sei, mas nadaR é saudável...

(sorrisos)

rayza:
-Hum...
eu:
-O seu "hum" foi tão...
rayza:
-...desafinado.

Espera:
destino, extensão do corpo.

Destino?

26.7.10

.

põe meu coração a balançar,
me deixa respirar
o vento

quem sabe meu nome?

paira o sol,
meu bem terá ciúme?
Sai de déu em déu
erradio
e
me deixa carregar
o vento

Se o mar tem o coral
nunca me conceda descansar

e

o tempo
vai virar.

me deixa vento.

5.7.10

crença

Faz tempo e 
abriguei em mim
mais um alguém,
esse ou essa
(que vergonha,
ainda não descobri),
que só sei
que só acredita,
sem teimar,
no que
as canções dizem.



E as canções dizem tantas coisas...


cósmicos

all my tomorrow

"
We're drifting
and the laughs are few
But I've got rainbows
planned for tomorrow
"




**Estamos à deriva
e os risos são poucos
Mas eu, arco-íris
tem previsão para amanhã

21.6.10

(algum tipo de revolta)


Ter que lembrar
(memória,
coração,
história)
me faz chorar.

É melhor pensar
(e viver, e simular abismos, amores,
e iludir, e iludir, iludir, iludida,
dissolvida, diluida,
insípida),

é melhor andar no presente,
e não
ter
que
chorar
escondido,
já que lágrima
é água
- incolor -
r.
inodora.



da proteção.

(ou da roupa)




-ai, como pesa...
... a flor
que
faço de armadura
e que logo
pesa.
O redemoinho,
o pirulito, a bolsa,
os butões,
o copo de plástico vazio
que é rasgado
pelo desconcerto,
então é preciso
pegar outro
cheio
e levar à boca,
esvaziar aos poucos,
porque se não,
não tem dinheiro que dê.
Provocações são armaduras.
-ai, como pesa...
suspirar, dizer, pensar, escrever
pesa.

Pesado.
1. aquilo com excesso de ornamentos.
2. muro, anel de casamento, sapato alto, vestido recatado, árvore caída, meu peito inchado, medo, quem não ama e é amado, quem ama e não é amado, mochila cheia, vento rápido; flor)

Nota:
-A flor só é pesada, quando usada de armadura.





arma dura, amar dura.


...

18.6.10

um inteiro,
chá,
tragada,
de sumiço.



tô precisando.

15.6.10

Hilda.


Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.


Diário de Copa do Mundo

Aproveitei as horinhas desse feriado, dividido em primeiro e segundo tempo, pra caminhar nas ruas que estavam vaziiiiiiiiias, boa pra conversar sozinha. Por um segundo cheguei a desvairar, ingrata, que até as nuvens correram pra frente de alguma TV. Só tinha o céu azuuuul e dei graças por ele não ser patriota. Os botecos feito formigueiros surtados-verde-amarelo, e as ruas todas largas, todas minhas.
-GoOoOoooOOollll!
BooM, trAck, Biiiii, ZuuUm!
(arrasam
com o meu silêncio
os loucos...)

Kitan Végas

Fatalidade
acontece
sem pensar.

...


(...e eu
acho
que
amor também)

Por não estarem distraídos

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector.

14.6.10

porque atraso

ainda não sei a ordem alfabética
das letras,
nem
dos
ponteiros.

organizo
pelo
tropeço:

eu perco tempo.

26.5.10

presente de aniversário

buquê.


do quê?


carinho.
Velho, tô puta.

Visitácion

issodequererentenderaprofundidadealheia
hádenoslevaraooutroextremodosejacoração.
Mas como escapar de sentir o peso
ou a leveza
de cada palavra ao vão?

A palavra não se satisfaz, nem a mão...


p.v
redenção é um gozo surdo e mudo.

21.5.10

Dia de inevitáveis retrocessos

Dia de inevitáveis retrocessos
Dia de inevitáveis retrocessos
Dia de inevitáveis retrocessos
Dia de inevitáveis retrocessos
dia de inevitáveis retrocessos
Dia de inevitáveis retrocessos
Dia de inevitáveis retrocessos
Dia de inevitáveis retrocessos

aniversário.

20.5.10

antes de 18.

Leve, como cabe ser. Verde, fresca, peito feito fruta, cabeça torta, olho no teto. Ar estendido no espírito e o tempo desagua com o gosto salgado de lágrima sóbrea, teimosa, retida.Só aflição tola, saudade tola, amor enorme, amor caído, comido, digerido.
Tudo dito do nada para o Nada, o fundo colorido de verdades milagrosas.
Respiração e dança são os únicos acertos até então, sendo que não dá pra tocar, nem ver, nem consertar. Não sabe o que é... Nasceu ontem e nasceu hoje,
amanhã é depois.

14.5.10

duro.

Requiem para uma flor °


Fruto do mundo
Somos os homens
Pequenos girassois
Dos que mostram a cara
E enorme as montanhas
Que não dizem nada

Incapaces los hombres
Que hablam de todo
Y sufrem callados

r. seixas

1.5.10

O meu problema,
é o excesso,
o excesso,
de vírgulas.

19.4.10

Por que o verão é verão
e
a primavera, primavera?

-É o tempo de dormir
e acordar
do Sol!

por que você não esperava
mas eu te esperei
e a gente se desesperou


(Karina Buhr)

15.4.10

Aos mares de Ayume

Tanto mar,
o azul,
o verde,
o rosa,
tantos.

[e meu
barco
saudoso
a
navegar]

Erança II

Vou esperar chegar pra crê,
aí te falo!
O quê???
Se adaptando à falta do que é essência?



-Não faça isso, não espere!

(sussurrando, porque é segredinho).


Isso mesmo, sobreviva,
ou seja,viva!
Aí você aguenta essas fortes ondas.
Sorte daí em frente!


Beijo-benção, meu querido! Saudades recíprocas.


Erança

"... ao meu jeito eu vou fazer,
um samba sobre o infinito..."

um samba, minha querida. O samba.
Pra que existir seja um tiquim mais fácil...

8.4.10

A oposição de Mercúrio com Marte:

pouco tolerante
com as idiossincrasias
alheias.

Coberta

O silêncio
é o meu ato
mais certo.
Porque antes
de ser pensando
de ser feito,
eu o sinto.
O meu olhar silencioso
é o meu olhar mais erguido.
O que diz a palavra
certeira, prolongada, infinita.
Ele se estende na vontade.
Incomoda e
por vezes é amistosamente
bem recebido.
E como grande onda,
só se espraia no mar.
Na praia habitada
é marola tímida,
pássaro cantando
apenas
a outros pássaros.
Os meus sonhos
pouco ruídosos
nascem cantores,
atores,
bailarinos.
Viram fatos surreais,
sem nunca escutarem
que foram sequer,
sonhados.

Silêncio
é
outro sentimento.





Sobre o bom conselho

-À direita segue
o caminho fechado,
somente!

E os outros,
mentem.

ao meu... cabe hospedar (dentro)
ao meu... cabe desbravar (lá fora)
ao mundo inteiro cabe (esse instante, essa hora).

.


Agora atrapalhe

o fluxo,
a procissão,
o pulsar
do seu sangue.

... e esqueça o meu.




6.4.10

essa todo mundo sabe:

O que é, o que é...
demora pra chegar, mas chega
e a gente só sabe que chegou quando vai embora?

O que é, o que é?

22.3.10

Não sou eu quem me navega.

18.3.10

A chuva decidindo entre ser rala ou forte,
as poças d'água há muito tempo enxutas
crescem, dançam, compõem
junto com os pingos indecisos.
E eu nua, também danço metida.
A pele arrepiada, resoluta.
O coração quentinho, tranquilo
e para dizer que também compus,
como se não bastasse. Deixo
os lábios arrefecidos
contrariando o peito.
Tremem, cantam
igualmente bambos
exibindo frio e sorrisos.

17.3.10

...esse meu desterro.

13.3.10

Isso de querer
ser exatamente
aquilo que a
gente é
ainda
vai nos levar
além


Paulo Leminski


11.3.10

Danielaurélia

Saudade (a - u)
s. f.
  1. O mesmo que infinito.
  2. fig. O inevitável.
  3. Lembrança doída ou saborosa de alguém, lugar, essência ou qualquer coisa ausente.
  4. Por vezes, sentimento de ausência mesmo quando presente.

Poeta (é)
adj.
  1. Aquele que sente e cria saudade.
  2. (...)

Vinicius que me perdoe...

Escureço,
tardo,
anoiteço,
ardo.

A oeste
contra quem
cativo:
é meu norte.

Contem:
passo por passo,
eu, ontem.

Nasço,
ando:
-Meu tempo além de ser quando,
é tanto.

Ontem

Por aqui, tudo anda meio morno.
E quando parece acontecer um incêndio,
e restar cinzas,
cai uma neblina sensata, doce e nobre.
Então perpetua o morno,
o suficiente pra não deixar
ninguém bater com os dentes de frio.
De frio, nem o tempo...

Está meio calmo,
assim, de se vê.
Porque por dentro
há um caos de fogo e tempestade.
E desse turbilhão intrínseco,
de particularidades,
o que compartilhamos é
menos transparente
e mais exigente.
Já que a comunicação
é um pouco escassa.
Uma partilha com ar de segredo
e paixão.

O amor, cachorro-abandonado,
procura um outro
abrigo.



9.3.10

Dedicação

Por fazer,
por entrelaçar...
E por aí,
invento sentidos.

18.2.10

covardia romântica

Se eu te mandasse uma carta hoje, seria só pra dizer que eu te amo. O mesmo aconteceria se eu te telefonasse, mas antes eu perguntaria onde Francisco mora, qual o dia do aniversário de Maria, contaria que eu havia encontrado Lucas cantando na praça e, enquanto minha coragem fosse criada no meio de tanta conversa fiada, então eu diria: -É isso, saudades de você. Fica bem... E num tom mais baixo e apressado sairia o eu te amo. E antes que você pudesse agradecer ou responder de volta, essa ligação seria desligada, porque eu só teria coragem pra dizer. Escutar ou não escutar seria outra coragem criada.

Ai, queria saber te falar de amor.

"não vai dar mais pra chorar,
nem pra rir..."

morri.

12.2.10

Sol em Quadratura com Plutão natal.

11.2.10

Parâmetro

Deus é mais belo que eu.
E não é jovem.
Isto sim, é consolo.

(Adélia Prado)

"a tristeza é senhora..."


Poesia era
deixá-lo marcar meus passos,
torná-los compassos,
cadência...
De fazer sambar outras pernas,
cirandar meu canto.

Roubaram,
roubaram meu samba
porque a rua é escura
e o tempo...
Ah!
os tempos são outros.

(foto: Rayza Lélis)

10.2.10

anda logo!

aí?
como vai?
não me pergunte como vou, porque eu vim. Eu não vou.
E como estou passando?
Passando? Eu não passo, eu voo.
Voo de voar.
Você voa?
Voa?!
Então voa pra cá.
É que a franqueza me ataca!

6.2.10

O que dizem os astrólogos

(Como Raul Seixas já dizia.)

Resumo:

Este período trará alguns problemas para a vida sentimental. Ao mesmo tempo que há um amor intenso a ser desfrutado, algumas arestas precisarão ser aparadas, e é aí que os problemas começam. Você não poderá, por assim dizer, deixá-los para lá ou varrê-los para baixo do tapete. Nada de insegurança ou excesso de controle. Isso só deixa o outro irritado e sem espaço para respirar.

O mundo é mutável, apesar de não nos darmos conta disso, e as pessoas também o são. Por isso, é imprescindível que reconheça que o relacionamento também sofre essas alterações - e, portanto, você também deve mudar. Por que não? E nada de resolver usar de chantagens, isso é feio! Elas apenas demonstram que você é infantil. Quem disse que não estamos suspensos no ar?

-É... mais ou menos isso, tia!

3.2.10

prévio Carnaval

Dançaria valsas circences sorrindo para todos
os transeuntes da segunda-feira.
...Só pela nescessidade das pequenas coisas
e talvez,
só por querer sorrir,
ou rodar.

rodar,
rodei,
brincamos.


2.2.10

Composição

...tenho a legenda, mas não tenho a fotografia.

1.2.10

ir, vou, vim, ficar...

(para Rayza e nossa crônica saudade)

-Você fica, eu vou...

e quem morre de amores e saudades depois sou eu.
Porque você fica, eu vou.

-Eu preciso aprender isso de ir...

mas uma hora eu vou e saudades serão findas,
mesmo sendo infinitas.


30.1.10

Fustigada.

27.1.10

Coração Buarquiano

Eu quero contar a história de um menino-velho
que resolve dar amor à uma menina-moça
e ao conviver com ele,
ela começa achar que é errado querer correr.
Mas aí, ela conhece um homem-rapaz
que disse gostar de viver.
E ao ouvir tal ousadia
ela começa a enxergar todos os olhos,
o amor do menino-velho começa daí
ficar como casa num campo distante,
de um mundo também distante...
A menina-moça começa querer partir,
e a ficar bonita
e aflita para abandoná-lo.
O menino-velho, nessa história,
vai ficar surpreso
e um pouco triste.
O menino velho perde o tempo achando
que a menina-moça
era uma menina-velha-criança,
mas nunca moça.
É nessa hora que ele
vai perceber que
a menina-moça era uma visita,
que ele amava como seu velho coração.
A menina-moça vai anunciar sua fuga
e o menino-velho enfim, diz sobre a vida pra ela.
Ele dirá:
Vai,
que a vida não passa de um dia!
Corre,
que a vida não espera!

A menina-moça afrouxa um sorriso alegre
e vai,
correndo comemorar
todas as virgindades perdidas.
E o menino-velho vai vê-la correr
e dirá, pra si querendo que fosse para a menina-moça:
Anda,
Pois eu só teria
A minha agonia
Pra te oferecer.


E a história eu queria que fosse contada só até aí...



(feita para brincar de interpretar as músicas de Chico, a meu modo, claro!)

25.1.10

Meu sanque errou de veia e se perdeu...

21.1.10

Homens

-Porra! Como tá difícil chupar essa laranja!
-Geo, difícil é essa laranja te chupar.

(muitas risadas)

-Tem uma frase de Machado de Assis que ele diz assim: "O homem é metafisicamente uma laranja." - O cara é doido, Caio!
-Ah, Geo! Então eu sou um homem-abóbora: as mulheres só me chupam quando eu fico doce...


(infinitas gargalhadas)

Métodos particulares para chorar menos.

E por um tempo eu vou ficar com o pouco, aos poucos.
Até que tudo caiba no meu ser,
até que me inventem melhor,
até eu me afastar do ponto
e ir além da metade.
Até eu me decidir entre
o casamento e o carnaval.

E que até lá,
roubem menos meu silêncio,
mordam menos minha carne,
infartem menos meu coração,
poupem-me do iê-iê-iê.
Pro meu tempo
ter tempo
de ser meu.

Até...
o desespero não mais me escutar.


"Então eu te disse que o que doíam essas esperas, esses chamados que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem a palavra e às vezes nem a pessoa exata. E que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse."
(Caio F.)

17.1.10

E o que não sei mais.



-Acabou.
-Acabou o quê?!
-Quero dizer, diminuiu.
-Diminuiu o quê?!
-O amor.
-E o que sentiu?
-Eu senti.
-Sentiu?
-É, eu senti; antes, não sentia.
-O amor de dentro ou o amor de fora?
-O amor de fora.
-E...
-Senti um pouco de vergonha; um peso de cinco balãozinhos, mas ainda ainda um peso; vi a fraqueza; senti o coração dançando valsa com passos curtos, lentinho.
-Mas então, o amor aumentou!
-Não, diminuiu.
-Como? Quando nasce, não se sentes assim?
-Também. Mas dessa vez, morreu. Quero dizer, diminuiu...
-E sentes mais o que?
-Eu sinto tudo que antes não sentia. Eu agora, enxergo.
-O amor era cego?!
-O amor é cego.
-E o amor de dentro?
-Era cego.
cheia de falsos problemas.