29.11.14

minha rainha de paus
minha nossa senhora da coragem
do coração de água
do coração de fogo
da força
minha nossa
senhora doce

me dê um coração
todo cheio de coração
todo cheio de coração
todo cheio
de cor age
cor ação

13.11.14

anulação do ego

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danieladanie la dani eladanielada nieladani

eladanieladan ieladan ieladanie ladanielada

daniela   daniela   daniela   daniela   daniela

12.11.14


SOU FORTE FEITO
T A R T A R U G  A

5.11.14

minha vontade de ser livre,
mas posso criar íntimas raízes,
me agarrar num abraço
e ficar lá uns três dias,
uma temporada,
perder as horas,
dividir o lençol,
plantar um pé de acerola,
compartilhar a vontade
de voar
e voar junto...


28dejulho2014
tenho tido sonhos aquáticos
mergulhos profundos
emoções são líquidas
na superfície, morro afogada

1dejulho2014

D

desejo é construção - sentimentos podem ser políticos
d de desconstrução d de delírio
desejar é fechar os olhos e ser guiado,
- abrir o peito.
desejar inteiro
... a vida, estranha novidade...
(meu pensamento d de doido, opiado, de deleuze)

26deJunho2014

[Amor, mistério, liberdade]


Acreditei, um dia, que amar era dizer tudo, expor
tudo, estar permanentemente nu; como se isso fosse assim
fácil e possível. Até que nessa ânsia de nenhum mistério, o
amor esvaziou-se de mim, tornou-se uma palavra jogada a
todo canto como bandeira da qual se desinvestisse todos
seus laços só ficando pano, este pano, estas cores, esse
emblema sem qualquer idéia de pátria como lugar. Sim, como
lugar, um lugar sagrado, com L maiúsculo, que só se aprende
verdadeiramente quando se está dele exilado e impedida a
volta.
Nessa voragem de amor feito palavra sem mistério,
fiquei exilado dentro dele, o que é pior, pois desse exílio
não se se dá conta, ele envolve as idéias, os gestos, todo
o corpo, e o eu amo é qualquer coisa de todo alienada.
Esqueci,oh Deus, que o amor tem algo de aproximação
com a morte, e dizer amo-te, esse amo-te é todo contido
n’amor-te.
Esqueci, que isso eu sabia, de toda aflição, de todo
corte, de todo desejo sustentado na possibilidade de ter (e
perder), e esse ter, o que jamais se satisfaz, o que
sustenta todo amor e todo gesto.
Isso tudo, todo confuso, traz a morte para o real,
para essa indiferença cotidiana que no entanto se enfurece
se as grades cedem, e o pássaro, insistente e sem jeito
antevê sua velha árvore, sonha revoar e parte nesse sonho
reeditando a juventude. O amor, no entanto, quem o inventou
aliado a toda liberdade? Que engodo, que engano, que
equívoco o dessas palavras juntas, amor e liberdade, que
mentira, Deus dizer amor livre. O amor, quando o encontro –
se o encontro –, já de saída, me põe bêbado. É aí por onde
caio, e onde sei que já não escolho caminho, sou antes
escolhido por eles, assim como estes gestos, este tempo,
estes anseios. É ele, que por todo lado, me tem preso.

Valter A. Rodrigues