Que deus me dê um par de asas que
eu quero voar, peito a passarinhar.
Um Terceiro Olho que olha para
dentro e enxerga claridades
que são desejos: anjos de guia,
e reje, governa, ilumina e guarda.
Um corpo que saiba que é casa,
e que maior é quem mora:
alma.
Deus, me acalma...
que eu quero abrir caminhos e
azular solidões nubladas.
30.9.12
11.9.12
Essa não é a história de um gato
- Por onde será que andaa sra. curiosidade centopeia
que faz o mundo caminhar eque matou o gato que era um sacocheio de questionários,não questionamento,valor,números,estatísticase quadrado gênerodos gráficos de linhas retas?O ponto.
(O gato é que era suicidae a senhora chegou foi tarde.Ele morreu porque queria seu nome escrito,retrato emoldurado, saudade na fita euma estátua em sua homenagem: outro ser suicida crucificado dizendo que o ama...
Quem sabe entrar num jornalístico dado...
O gato que era um chato,queria morrer e nascer homem e imitá-lopara colecionar valores (m)orais números carros montanha de concreto e
afetos-ouro-de-tolo-caro,
quando nasceu sendo,
pôde pensar e pensou:
vou morrer, pois é assim que vive um homem.
E assim viveuaté se suicidar de novo.)
A curiosidade não matou o gato,
e sim Sua Ausência,
dona fraca e veaca.
10.9.12
A Balada do Vira-Mundo
... me solta, gente! Eu quero atravessar a fronteira.
...Quero ouvir saudades cantadas, choradas, suspiradas,
Molhadas de suor na segunda classe, onde emigrantes fazem mútuas
confidências.
Quero sentir o vento levantando meus cabelos
Quero encher os pulmões com o ar puro dos campos
Quero jogar o resto de tabaco do meu cachimbo nas ondas revoltas.
Quero sentir os olhos dos
...Quero ouvir saudades cantadas, choradas, suspiradas,
Molhadas de suor na segunda classe, onde emigrantes fazem mútuas
confidências.
Quero sentir o vento levantando meus cabelos
Quero encher os pulmões com o ar puro dos campos
Quero jogar o resto de tabaco do meu cachimbo nas ondas revoltas.
Quero sentir os olhos dos
que procuram devassar horizontes longínquos
na ilusão de verem lenços acenando.
- Olhos tristes que lembram noites de amor e geram poemas –
Me solta, gente! Eu quero atravessar a fronteira,
Para saber se o beijo de Anor, a que mora em Changai e bebe chá na taça
de Porcelana,
É mais doce que o de Dolores, a que morreu na Rua Madri, agitando o lenço
no ar, como se fosse uma serpente de sangue,
E mais selvagem que o de Wanda, a que uiva de amor, como loba ferida
nos gelos da estepe.
Me solta, gente! Eu quero ir a Sacha por este mundo a fora,
Quero ver ainda os olhos da Sara perdidos no cais, como duas estrelas negras.
Quero respirar fumaça naquela taberna escura de Manilha.
Quero comprar corais daquele marujo cor- de- bronze,
Para que eles pareçam, no colo alvo da minha pecadora,
Marcas sangrentas que meus dentes fizeram.
Me solta, gente! Aquela menina araucana, morena de olhos pretos está me dizendo que o mundo é muito grande,
Enquanto os Andes parecem pontos de admiração gigantescos de cabeça para baixo, com
pingos de condores, quase invisíveis, no alto, parados.
Me solta, gente! Eu quero atravessar a fronteira!
Me solta, gente! Os trilhos do trem de ferro estão escrevendo meu destino no dorso infinito da terra.
Me solta, gente! A brisa do mar está me chamando,
Me chamando,
Me chamando...
na ilusão de verem lenços acenando.
- Olhos tristes que lembram noites de amor e geram poemas –
Me solta, gente! Eu quero atravessar a fronteira,
Para saber se o beijo de Anor, a que mora em Changai e bebe chá na taça
de Porcelana,
É mais doce que o de Dolores, a que morreu na Rua Madri, agitando o lenço
no ar, como se fosse uma serpente de sangue,
E mais selvagem que o de Wanda, a que uiva de amor, como loba ferida
nos gelos da estepe.
Me solta, gente! Eu quero ir a Sacha por este mundo a fora,
Quero ver ainda os olhos da Sara perdidos no cais, como duas estrelas negras.
Quero respirar fumaça naquela taberna escura de Manilha.
Quero comprar corais daquele marujo cor- de- bronze,
Para que eles pareçam, no colo alvo da minha pecadora,
Marcas sangrentas que meus dentes fizeram.
Me solta, gente! Aquela menina araucana, morena de olhos pretos está me dizendo que o mundo é muito grande,
Enquanto os Andes parecem pontos de admiração gigantescos de cabeça para baixo, com
pingos de condores, quase invisíveis, no alto, parados.
Me solta, gente! Eu quero atravessar a fronteira!
Me solta, gente! Os trilhos do trem de ferro estão escrevendo meu destino no dorso infinito da terra.
Me solta, gente! A brisa do mar está me chamando,
Me chamando,
Me chamando...
Camillo de Jesus Lima
doença da ânsia infeliz
tanto é meu desejo pertubado de andar,
que paro.
***
minha marcha
pra lá e pra cá
não me tira do lugar.
***
Inquietação sem pé nem engrenagem
não dorme não morde não consola
não acalma
-cansa.
set/2012, fim do inverno. (e tomara que do inferno)
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