18.2.10

covardia romântica

Se eu te mandasse uma carta hoje, seria só pra dizer que eu te amo. O mesmo aconteceria se eu te telefonasse, mas antes eu perguntaria onde Francisco mora, qual o dia do aniversário de Maria, contaria que eu havia encontrado Lucas cantando na praça e, enquanto minha coragem fosse criada no meio de tanta conversa fiada, então eu diria: -É isso, saudades de você. Fica bem... E num tom mais baixo e apressado sairia o eu te amo. E antes que você pudesse agradecer ou responder de volta, essa ligação seria desligada, porque eu só teria coragem pra dizer. Escutar ou não escutar seria outra coragem criada.

Ai, queria saber te falar de amor.