27.1.10

Coração Buarquiano

Eu quero contar a história de um menino-velho
que resolve dar amor à uma menina-moça
e ao conviver com ele,
ela começa achar que é errado querer correr.
Mas aí, ela conhece um homem-rapaz
que disse gostar de viver.
E ao ouvir tal ousadia
ela começa a enxergar todos os olhos,
o amor do menino-velho começa daí
ficar como casa num campo distante,
de um mundo também distante...
A menina-moça começa querer partir,
e a ficar bonita
e aflita para abandoná-lo.
O menino-velho, nessa história,
vai ficar surpreso
e um pouco triste.
O menino velho perde o tempo achando
que a menina-moça
era uma menina-velha-criança,
mas nunca moça.
É nessa hora que ele
vai perceber que
a menina-moça era uma visita,
que ele amava como seu velho coração.
A menina-moça vai anunciar sua fuga
e o menino-velho enfim, diz sobre a vida pra ela.
Ele dirá:
Vai,
que a vida não passa de um dia!
Corre,
que a vida não espera!

A menina-moça afrouxa um sorriso alegre
e vai,
correndo comemorar
todas as virgindades perdidas.
E o menino-velho vai vê-la correr
e dirá, pra si querendo que fosse para a menina-moça:
Anda,
Pois eu só teria
A minha agonia
Pra te oferecer.


E a história eu queria que fosse contada só até aí...



(feita para brincar de interpretar as músicas de Chico, a meu modo, claro!)