9.8.13

o afogado mais bonito do mundo
entrou na minha casa, amansou o vento
e consertou o abismo do meu telhado
minhas portas, meu piso, meu espírito
se quedaram diante da sua boniteza
o mais alto
o mais profundo
o mais bonito afogado do mundo
tirou-me o ar, deixando-me aos suspiros,
para em seguida eu respirar melhor
e sonhar
o mais alto
o mais profundo
dos sonhos
sem âncoras
o homem
voltou para o imenso
esse imenso
ser bonito no mundo
o mais bonito do mundo.



(Um mito de García Marquez que se materializou na minha casa)